13 de jul. de 2005

Hoje ainda é dia de Rock!!!!!

Ilustração de Mauricio Soldi


Há muito tempo que eu não vinha no clube

Mas as pessoas permanecem as mesmas
parecem personagens saídas de uma balada
de Neil Sedaka no começo dos anos 60..

No começo dos anos 60....
O mundo se escandalizava com o vai e vem lascivo dos quadris de Elvis, e a juventude botava (literalmente) pra quebrar tomados pelo tic-tac explosivo de Bill Halley.
Chuck Berry imortalizou com um riff de guitarra igualmente alucinante a história de um certo Johnny, que também tocava feito um louco.
Não havia o que satisfizesse Mick Jaegger, por mais que ele tentasse e os Beatles forjavam o tipo "moços de família" , como se terninhos e cabelos tijelinha fossem capazes de contê-los.
A pergunta era: Será que algum dia eles vêm aí?
Aqui no lado B ( de Brasil!) as mocinhas tinham que tomar banho de lua, pra mamãe não brigar (ainda volto a falar sobre isso em outro contexto), usavam lacinhos cor de rosa e pediam clemência ao muito esperto cupido.
Alguns rapazes sofriam vendo a chuva cair enquanto os mais impetuosos (mas esse podia porque, diziam, era o rei) mandavam tudo pro inferno.
Na metade dessa década, em meio a todo tipo de revoluções, eu tive o privilégio de vir ao mundo, a tempo de ver os Beatles juntos, querer ser a Wanderléa, e aprender a cantar "Pobre Menina" quando ainda mal falava.
O rock da década seguinte, até hoje meu favorito, me arrebatou em cheio!
Na mais tenra idade, eu conseguia compreender que os Mutantes sabotavam mesmo com a caretice da ditadura militarista e que , indiscutivelmente, Jimi Hendrix era (É!)deus.
Descobri e caí de paixão pelo progressivo, e consequentemente pelo nosso Rock Rural, de Sá, Rodrix e Guarabyra.
Com o fim da ditaduta e a chamada "abertura política", os anos 80 chegaram com fome de gol, e finalmente minha geração pôde soltar o grito entalado na garganta.
Não vou conseguir falar de tudo e de todos que eu gostaria, porque isso tudo evoca em mim muita emoção, e escrever enquanto se chora, sempre embota um pouco o raciocínio.
Só posso dizer que essa sucessão de fatos só fez com que música fosse a minha vida e o Rock'n Roll o meu sangue.
Aos meus heróis, e porque não dizer, companheiros de vida, já que fazem parte dela até antes de eu nascer, o meu agradecimento, a minha devoção e o meu amor:
Todos os citados acima, em especial Zé Rodrix, que não se importa que eu escreva tanta abobrinha metendo as músicas dele no meio...rs...( obrigada, Zé, vc está sempre no play do meu som imaginário!), Erasmo Carlos,Jerry Adriani, Raul Seixas, Rita Lee, Lulu, Leo Jaime, o ultrajante e fabuloso Roger!Kid Vinil, o menino veneno Ritchie, Marcos Kleine, Kraus e seu Jess Saes, psicodelíssimo! Hamilton de Andrade(to sir with love!),e outros tantos que are always on my mind, mas que eu precisaria de metros e metros de post pra falar deles todos.
E especialmente, dedico esse texto ao meu favorito rock'n roll heroe, Felipe, meu irmão que ainda teve a sorte de nascer nesse dia - e nos anos 60!!!!!

Só falta, agora,
Entrar a mesma turma de outrora
de topete na testa, blusão James Dean
e Globe-Trotter marrom...
Só falta, agora,
Alguém botar um rock na vitrola
Que eu saio dançando pela sala
Com um Cuba-Libre na mão...
(Anos 60 - Sá, Rodrix e Guarabyra)

Oh Yeah!!!!!
:-)



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