13 de mai. de 2005

Tio Sukita

Ai, que orgulho!!!!!
Esse menino é um xodó, lindo, inteligente ...meu Ben Afleck particular...
Desde novinho ele sempre deu sinais de extrema inteligência e humor irônico, como convém
a todo bom escritor que eu conheço e admiro.
Tanto que, na flor dos seu 12 ou 13 anos, presenteei-o com um livro do mestre Darci Ribeiro - Aos Trancos e Barrancos que foi imediatamente devorado e brilhantemente arrematado de comentários tão pertinentes quanto precoces.
Esse é o meu priminho lindão, o Roberto que eu tô inchando de orgulho e de alegria de poder apresentá-lo aqui.
Bem-vindo, Robertone!!!! Vai que é tua!!!!


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“Aê, Roberto, vamo no CPM22 ?!?”

Num primeiro momento, pensei que o Escada (apelido antigo do Ricardo, meu camarada de mais de 15 anos) tinha perdido a razão, ou tava me zoando. Depois da insistência, percebi que ele falava sério!

“Bom, vamo, né!” Acho que foi uma grande oportunidade de conferir uma banda de rock (hahahahaha) que está na sua melhor fase...sei lá, vai que os caras são bons!

Nossa empreitada tinha uma desculpa...estávamos levando a Thaís, cunhada do Escada, de 16 aninhos, porque sozinha o pai não deixaria ela ir. Nobre atitude, a nossa.

Não satisfeitos, resolvemos estragar a sexta-feira de outro amigo, o Rodrigo “Ceguinho”. Fomos até a casa dele, esperamos umas duas horas pro dondoca se arrumar todo. E ele ainda saiu exatamente como estava quando chegamos! Nesse meio tempo, ficamos em companhia de Lara (ou Laura) assistindo Nemo, e depois ouvimos o cd da irmã dele, a Mariana Davies. Bem legal o cd. Rock cru e honesto, sem maiores pretensões no mundo pop.

E fomos, os três trintões. Nos despencamos até Itaipava, ouvindo o novo do Jane’s Addiction, Chevelle, e outras bandas muito mais dignas de levar o rótulo de “rock”. Pensei: “ Caralho, não há a menor possibilidade da gente ouvir esse som e ainda gostar do show do CPM22!”

Chegando lá, já me emputeci com a organização do evento, que só aceitava carteirinhas de estudante, se tivessem foto. Mifu, a da Estácio não tem. Apesar de não ser mais universitário, vinha alcançando certo êxito em alguns lugares. Tudo bem, pelo menos no cinema ainda dou balão. Mas vamos em frente...

Entramos no Parque Municipal de Petrópolis, às 23:48h, demos uma volta até encontrarmos os amigos da Thais, quando então combinamos: “Ó, Thaís...15 minutos depois do show, a gente se encontra ali.”

E fomos andando no meio daquela molecada de 13, 14, 15 anos. Acho que os mais experientes deviam ter, no máximo 16. E concordamos que os nossos ídolos nessa idade eram bem melhores que CPM22, Linkin Park, DiBob, etc. Pensamentos típicos de velhos, mesmo. “No meu tempo...”

Outra coisa que constatamos...essa molecada anda consumindo muito hormônio. As meninas de 11, 12 anos já têm seios e quadris de mulher! E muitas delas se comportam como lobas, voando em cima dos garotos...isso quando não voam em cima dos adultos, mesmo! Me ocorreu de agradecer por só ter tido dois filhos homens, porque, numa situação dessas, se eu sou pai de uma dessas garotas e a vejo com essa atitude...nem sei.

Foda mesmo, é que quando essas menininhas chegarem à idade boa (18), já estarão um bagaço!

Encontramos o Rabellais, outro trintão, ex-baixista/vocalista do Bloodsuckers, lendária banda de metal petropolitana dos anos 90, e amigo das antigas. Estava acompanhado da namorada e uma amiga desta. Não me lembro dos nomes. E ficamos por ali, bebendo, conversando...apagaram-se as luzes, com exceção de um holofote escrotíssimo, apontado pra nossa cara...começou o show.

Senti uma mão apertando minha bunda... “Ô FILADAPUTA!” gritei logo. Pro meu alívio era a Lola, minha cunhada (to recém-separado, ainda acho estranho falar ex-cunhada). Ela me despertou alguma coisa...de repente achei ela mais bonita do que antes...talvez por estar usando menos piercings que o usual, sei lá. Estava com a Camila, que também é muito gata (acho que eu to meio tarado!) e com o Flavinho, amigo delas, e gay...o que foi suficiente pra três filasdaputa como eles só ficarem me zoando... “aê Roberto, ta machucando a bicha?!?!?” Tudo bem, vou às forras depois.

Resenha: Tocaram todos os hits, do primeiro ao mais recente, algumas outras do disco novo, em uma hora e pouco de apresentação. O público não era dos maiores, mas parecia bem animado, cantando os refrões, etc. É verdade que o som tava horrível, abafando as guitarras, mas mesmo assim deu pra perceber que os músicos não são nenhuma maravilha em termos de criatividade, muito menos virtuosos, mas quando uma banda de rock toca rock de verdade, isso não importa muito, porque a energia contagia e as músicas ganham outro peso. Isso, num show de rock de verdade. Porque esses caras me pareceram tão rock quanto Sandy e Junior. Umas musiquinhas bem pop, com um q (minúsculo) de punk rock.

Parágrafo à parte, para falar da parte mais insuportável do show: o sotaque do Badauí. PELAMORDEDEUS! O que é aquilo?!? Conheço um monte de paulistas, e boa parte dos meus parentes são de lá, mas o sotaque desse mala é algo de doer os ouvidos! Ainda mais cantando aquelas letras de corno deprimido, típicas das duplas sertanejas que esse mesmo público despreza! Taí, o CPM22 é o Leandro e Leonardo de boné, barba por fazer e andando de skate.

O fato de saber que alguns dias depois iríamos ver O Rappa, me deixou um pouco mais aliviado. E ainda teríamos o Detonautas, antes disso. Esses últimos, achei que fariam pouco mais do que traduzir para o carioquês o que o Badauí cantou em paulistês. Mas isso é outra história.

Terminado o show, tomamos mais uma gelada enquanto resmungávamos desse showzinho de 5ª, numa noite de 6ª, ansiosos pelo de sábado, e fomos encontrar a Thaís. Para nosso alívio, ela também detestou o show. Pode ter sido efeito dos discos que ela ouviu pela primeira vez na vida, no caminho até Itaipava. Ela jurou que gostou do System Of A Down.

Na volta, o Gláucio apareceu e voltou de carona com a gente. Disse que também tinha achado uma merda.

Demos uma última olhada naquela pirralhada, parecia que a maioria tinha se divertido bastante. Entramos no carro e voltamos, ouvindo e comparando o Chevelle com o Tool.

No mais, a gente até que se divertiu, rindo dos outros, rindo do show... rindo de qualquer porra! Tínhamos sobrevivido ao pior show que vi na vida. E já vi muitos! Esses caras são foda, mesmo! Tão se dando bem, a mtv baba em cima deles, a Rádio Cidade também...o mais engraçado é a vinheta da Rádio, antes de tocar essa merda: “Cuidado! Aí vem porrada na Cidade!” HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH...

Noite estranha, três roqueiros perdidos num showzinho da pior qualidade. Nem conto o Rabellais, porque ele estava acompanhado da namorada, pra ela foi um programa aceitável. Depois dessa, vou tomar um overdose de rock do bom, pra dar uma limpada nos ouvidos.

Beijos pra todos

Roberto






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