17 de dez. de 2004

Quando eu tocar na velha guitarra as canções que eu conheço

Na correria que virou a minha vida ultimamente, uma das coisas mais difíceis, vem sendo colocar o assunto em dia.
Mas acho que essa ainda está em tempo de contar, mesmo porque, tem uma função ligeiramente comemorativa.
Há um ano era publicado o meu texto de estréia na Quizumba. Um texto onde de cara eu já escancarava sem pudor algum a minha alma pra vocês, e pelo qual eu tenho até uma certa predileção. O primogênito, o xodó. É um texto daqueles que você começa falando uma coisa, e quando se dá conta, ele cria vida te domina e termina do jeito que bem entender, totalmente à sua revelia. Quis o texto que o desfecho fosse a citação de Blue Riviera, de , Rodrix e Guarabira, que significa muito pra mim.
Corta pra 2004. Sesc Consolação sexta-feira passada (10/12), oito horas da noite.
Essa é uma época do ano em que eu fico particularmente sensível, de vidro, manteigona mesmo, por motivos que já foram explicados no tal texto de estréia.
Fui ver o show de lançamento do CD da Claudinha Telles,que fez um trabalho estupendo com repertório só de Tom Jobim. Tava procurando, né?
Claudinha, maravilhosa, não deixou barato.
Meu primeiro momento “despenca”: Samba do Avião... Não se faz isso com carioca longe de casa. Molhei o olho um tiquinho, mas agüentei.
Dali a pouco...Lá vem ela de novo: “vai minha tristeza e diz a ela que sem ela não pode ser...” Já era o rímel.
É verdade que entre uma e outra, ela recheava a com as mais lindas canções, não menos dignas de lágrimas, mas é q essa...Sabem como é...
Tinha o meu pai, que amava Sylvinha, que amava Cláudia,que amava Jobim e eu que amo a todos e a Drummond...
A cacetada que nem Popó foi capaz de dar no argentino nessa mesma noite veio lá pela metade do show: a dobradinha “Dindi/Demais”. Demais mesmo. Dava pra ver Sylvinha do lado, sorrindo, orgulhosa da cria. Momento “queda de barreira na Rio-Petrópolis”...Chamem a defesa civil.
Mas se engana quem pensa que esse foi o tiro de misericórdia.
Eu já o tinha visto quando ele chegou, mas me fiz de boba.
Ao final do show, simpático como sempre, cumprimentou a todos, virou-se pra mim sorridente: “E você, quem é?” Gelei. Uma voz fraquinha respondeu: “eu sou a Ana”
Me enchi de coragem e disse” Puxa, eu gosto tanto de você, posso te dar um abraço?”
“Claro!”.
Ganhei o abraço e perdi a fala.Sabem quem era?
Zé Rodrix (Blue Riviera,lembra?).
Obrigada a quem teve paciência pra ler essa Bíblia,mas pelo menos agora nosso papo está em dia.
:-)
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